sábado, 30 de março de 2019

Os Dois Super-Tiras em Miami (1985)

Em 1978, 20 milhões foram roubados, de um banco de Detroit. Um dos ladrões foi pego, um foi encontrado morto e o terceiro desapareceu. O dinheiro nunca foi encontrado. Sete anos depois, o ladrão que foi pego foi libertado da prisão, e imediatamente se mandou para Miami, apenas para ser encontrado morto no dia seguinte. Agora, os agentes do FBI, Doug Bennet (Terence Hill) e Steve Forest (Bud Spencer), foram chamados para investigar o caso, enquanto estavam atuando como policiais na Flórida. Em algum lugar em Miami, o terceiro ladrão está se escondendo, enquanto carrega 20 milhões furtados. Se você não conhece essa dupla, Bud e Terence, não conhece nada de comédias. 


Hill e Spencer interpretam agentes do FBI (bastante improváveis, devo dizer) que vão em busca de uma gangue criminosa. Ao longo do caminho, há tempo para um romance extravagante, e muita interação cômica entre os personagens, contrastando o áspero e gigantesco Spencer, com o suave e galante Hill. A ação supera a comédia aqui, mas tudo é feito de forma barata e não impressiona tanto quanto deveria. 


A parte mais engraçada do filme, é o tiroteio no armazém, onde eles guardam as melhores piadas e o humor físico tipico da dupla (no auge do sucesso deles, visitaram o Brasil e participaram do programa "Os Trapalhões"). É claro, não é o melhor filme, sendo tecnicamente ruim, com algumas das cenas de luta, mais lamentáveis ​​já feitas (com vários socos no ar, e os oponentes atacando como se quisessem errar, etc.), porém, o orçamento era curto, e seus filmes eram conhecidos por isso. 


Apesar de tudo, ainda há algum tipo de distração aqui, com suas músicas típicas e paisagens de Miami. Jamais podemos esquecer, que estes dois gênios do humor/ação barata, nunca precisaram de muito, para nos divertir. Nota 8. 

Direção de Bruno Corbucci.

O Hábito não faz o Monge (1980)

Criado em um mosteiro tradicional, o inocente Irmão Ambrósio (o gênio do humor, e de olhos esbugalhados, Marty Feldman - O JOVEM FRANKENSTEIN; AS LOUCAS AVENTURAS DE BEAU GESTE) sai em busca de dinheiro para salvar o mosteiro falido. Seu conhecimento sobre o mundanismo, é fornecido por uma prostituta. Agora, por dinheiro, terá que usar o nome de Deus. Marty Feldman teve outra chance de escrever e dirigir um filme, e este é um pouco menos engraçado. Ainda assim, fornece uma visão humorística de televangelistas e outras organizações religiosas, em sua busca sem fim de dinheiro, sobre a espiritualidade. 


Andy Kaufman, como o televangelista Armageddon T. Thunderbird, é simplesmente brilhante (o que nem sempre, é a palavra usada para descrevê-lo) e Feldman, Louise Lasser e Peter Boyle também fornecem caracterizações interessantes. A coisa mais notável, é a escrita muito inteligente. Grande parte da ação do enredo, é simplesmente sobre humor, mas às vezes o filme fica muito astuto e inteligente ... especialmente quando Kaufman está no centro das atenções. 


Eu gostei dele, apesar de Feldman ter dado muito pouco destaque a Richard Pryor (no papel de Deus), e o filme acaba se esgotando no final. No entanto, há algumas gargalhadas, e qualquer fã de Feldman deve aproveitar. Definitivamente vale a pena assistir se você puder. 


Não está exatamente, no nível do irreverente "Vida de Brian", mas também é muito bom. Nota 9.

Direção de Marty Feldman.

sexta-feira, 29 de março de 2019

Jogue a Mamãe do Trem (1987)

Estrelando dois ícones da comédia, Danny DeVito e Billy Crystal. Larry Donner (Crystal - MAFIA NO DIVÃ) é um autor e professor de redação, que ensina pessoas a escrever livros.  A vida de Larry tornou-se uma desgraça, quando sua ex-esposa Margaret (Kate Mulgrew), publicou um livro sobre a vida dele, e enriqueceu com isso. Owen Lift (Vito - IRMÃOS GÊMEOS), um dos alunos de Larry, se oferece para matar Margaret e, em troca, Owen quer que Larry mate sua mãe horrível (a inesquecível Anne Ramsey - OS GOONIES; A MALDIÇÃO DE SAMANTHA). Larry acha que é uma piada, até que ele descobre que Owen matou sua ex-esposa. 


Agora, Larry se tornou o principal suspeito. Um filme excelente, muito bem feito e com algum tipo de paródia/homenagem aos filmes de suspense de Hitchcock. As cenas de Owen no Havaí chamando Larry, para informá-lo de seu plano (cada vez de um telefone público diferente, com um cenário diferente, embora as ligações ocorram em intervalos de segundos) são hilárias. Daí, o filme mostra Billy pirando, e fazendo seu trabalho. Sem ofensa a Billy, ele é bom nisso, mas quando o foco não está em DeVito, o filme não é tão engraçado. 


Então, depois de um começo forte, ele fica um pouco parado, e os últimos vinte minutos mais ou menos, parecem apressados. O clímax deveria ter sido estendido um pouco mais. Ainda assim, é uma produção com muitas risadas. Ambas as estrelas estão em sua melhor forma, com um excelente elenco para apoiá-las (ainda temos Rob Reiner, Annie Ross e Oprah Winfrey). Alguns dos alunos da aula de redação de Billy, também são ladrões de cena. Não é preciso dizer que a performance de Anne Ramsey, é provavelmente o destaque por aqui. 


Cada uma de suas cenas é ótima. Este é definitivamente um clássico, que você vai querer ver, se tiver algum interesse nos atores envolvidos, ou se você gostou dos filmes de Hitchcock, e quer ver um, que presta homenagem a ele, de uma forma humorística. Nota 10.

Direção de Danny DeVito.

quinta-feira, 28 de março de 2019

Manequim (1987)

Jonathan Switcher (Andrew McCarthy), um artista plástico, está sempre pulando de um emprego para outro, nunca parando em nenhum deles. Mas tudo muda, quando ele constrói uma manequim, pelo qual ele se apaixona. É a primeira vez, que ele se sente como um verdadeiro artista. Para sua grande surpresa, o manequim é exibido com destaque, na loja de departamentos, Prince and Company. Quando Jonathan salva a vida de uma velhinha, que por acaso é dona dessa loja, o artista é recompensado com um emprego de estoquista na mesma  loja. Ao começar a frequentar o lugar, Jonathan percebe que o manequim do local "misteriosamente" ganhou vida, no papel de Ema "Emmy" Hesire (Kim Catral), uma antiga princesa egípcia, que viveu no ano de 2514 aC..


Linda e vivaz, essa fêmea fatal, ajuda Jonathan a mudar sua carreira, inspirando-o a se tornar o melhor artista de vitrines da cidade. Mas Emmy logo descobre, que o mundo real não é muito seguro, quando se depara com rivais gananciosos, que querem tirá-los do negócio e eliminá-los para sempre. 


O elenco de apoio inclui Estelle Getty (da série "The Golden Girls") como a Sra. Timkin, a simpática dona da loja; James Spader (em um dos primeiros papéis no cinema) como Richads, o gerente inteligente da loja; G.W. Bailey ("Loucademia de Polícia") como o segurança da loja, que passa a maior parte do tempo conversando com seu cachorro; Meshach Taylor (da série "Designing Women") como assistente de McCarthy; e Carole Davis como ex-namorada de McCarthy (que trabalha em uma loja de departamentos rival, nas proximidades). 


McCarthy e Cattrall parecem estar bem entrosados nesta produção. É um filme muito divertido, um conto-de-fada moderno, e que sempre termina em encrenca e confusão. Não é o melhor da década, mas há um pouco de risos em algumas partes específicas. Ainda gerou uma continuação: MANEQUIM - A MAGIA DO AMOR, estrelada por Kristy Swanson (Buffy - A Caça-Vampiros). Ambos bateram recorde de exibições na sessão da tarde. Nota 8.

Direção de Michael Gottlieb.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Sem Licença para Dirigir (1988)

Comédia juvenil, estrelada por dois ícones dos 80, Corey Haim e Corey Feldman....Anderson (Corey Haim) completou 16 anos e está desesperado para obter sua carteira de motorista. Mas infelizmente, algo dá muito errado (isso acontece muito na vida de determinadas pessoas), e ele acaba reprovado no exame. Então, resolve mentir para seus amigos sobre a coisa toda, esperando que tudo esteja resolvido, até que possa fazer o exame novamente. Quando seus pais descobrem que ele mentiu, o colocam em um rigoroso castigo de duas semanas. Mas, Anderson não pretende aceitar isso, afinal, ele tem um encontro de sexta à noite, com sua garota dos sonhos, Mercedes Lane (a belíssima loira Heather Graham). 


Ele decide usar escondido, o Caddillac de seu avô, para seu encontro noturno selvagem.....bom, o resto não dá para contar, tem que ser conferido. Ainda temos no elenco Corey Feldman como o melhor amigo Dean, Carol Kane (OS FANTASMAS CONTRA-ATACAM) como mãe, Richard Masur (NEGÓCIO ARRISCADO) como pai, Nina Siemaszko (OS CABEÇAS DE VENTO) como Natalie e James Avery (o eterno tio Phil, de MALUCO NO PEDAÇO) como instrutor de trânsito. 


É bom ver uma jovem Heather Graham em um de seus primeiros bons papéis, como a garota "superior-fora-de-alcance", que Haim se apaixona. O filme possui ótima trilha sonora, com grandes nomes dos anos oitenta, Billy Ocean, Belinda Carlisle etc. Este roteiro é ainda mais hilário, pelo fato de Corey Haim (infelizmente, morreu a alguns anos) ter percorrido Los Angeles, sem uma carteira de motorista por anos, quando estava em sua adolescência selvagem. Claro que é previsível, mas é apenas uma simples comédia dos anos 80. 


É um filme sobre arriscar, embora você provavelmente consiga descobrir, do começo ao fim, como o enredo está indo e como ele terminará. No mais, é divertido porque é anos 80. Nota 9. 

Direção de Greg Beeman.

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)

Alvy Singer (Woody Allen), um comediante judeu de 40 anos de idade, neurótico e intelectual, discute sobre o fim de seu último relacionamento, com sua nova paixão, Annie Hall (Diane Keaton); uma cantora de boate aspirante e insegura. Ao contrário de seus relacionamentos anteriores, Alvy acreditava que poderia ter resolvido todas as questões de sua vida, através de quinze anos de terapia. Alvy não só analisa os muitos altos e baixos de seus relacionamentos, como tenta reverter anos de complexo de culpa judaica, depois de ver seus pais constantemente discutindo. Mesmo sendo um grande fã de comédias, confesso que sempre detestei Woody Allen. 


A razão é simples, o cara não interpreta nada, sempre representa ele mesmo, em todos (ou quase todos) seus filmes, ou seja, um homem judeu, de meia idade, cheio de manias e complexos. Nesta comédia, até que ele está bem, ao lado de Keaton. Para muitos, este filme é a obra-prima de Woody Allen. O que é mais notável hoje sobre o roteiro, é o modo como Allen o apresenta. É um filme sobre relacionamento. Mas ao invés de adotar uma abordagem linear, Allen brinca com o tempo. 


Nós vemos o meio, o começo e o fim. E nem sempre nessa ordem. Allen também quebra algumas regras e paradigmas, para aumentar a complexidade dos personagens. Ainda temos no elenco, a presença de nomes como: Tony Roberts, Paul Simon, Shelley Duvall, Christopher Walken etc. Esta produção é altamente autobiográfica e Allen não faz nenhuma questão de esconder. "Noivo neurótico..." não é igual ao romance "Bonequinha de Luxo", muito pelo contrário, é uma desconstrução de um romance. 


Às vezes é engraçado e comovente, as vezes  "o amor simplesmente desaparece". Não dá para negar a genialidade de Allen, e neste clássico, ela aparece de forma bem explícita, como em um "conto de fada Nova Iorquino". Um belo pedaço dos anos 70. Nota 8,5. 

Direção de Woody Allen.

terça-feira, 26 de março de 2019

O Professor Aloprado (1963)

Versão original, estrelada pelo gênio da comédia Jerry Lewis e pela atriz Stella Stevens. Nerd, anti-social e recluso. Estas, são apenas três das muitas palavras indesejáveis ​​que podem ser usadas para descrever a personalidade do Professor Julius Kelp (Lewis). Mas tudo isso muda, quando o especialista em química, inventa uma poção, que o transforma em um galã, ímã de garotas. Sexy e suave, Júlio agora se autodenomina Buddy Love. Infelizmente, há um efeito colateral: Buddy e Julius não podem conviver no mesmo corpo. Um incômodo, que sempre acontece em momentos inoportunos. Como Julius/Buddy resolverá seu dilema "médico e monstro? A versão original de Jerry Lewis deste filme, ainda é a melhor de todas. 


Independentemente dos efeitos especiais empregados na versão de Eddie Murphy, ou da novidade de ele interpretar vários personagens ao mesmo tempo, o original tem algo que o imitador não faz - Jerry Lewis, ainda é um dos melhores comediantes do planeta. Lewis não precisa do poder de efeitos especiais, ou de múltiplos papéis, para transmitir totalmente a história aqui. 


A transformação é engraçada (algum tipo de história cômica de Jekill e Hyde) com muitos momentos hilários (a sequência do ginásio; seu primeiro encontro com o diretor da escola e o segundo como Buddy Love também; Jerry quando bebê). Mas o que acho mais original, é a criação real do personagem Julius Kelp, tanto psíquico como mentalmente. A questão é que o homem é um idiota completo, mas ao mesmo tempo, ele é um gênio em sua área. Como ele se transforma de um professor nerd, para um suave Romeu, é um espetáculo para ser visto. 


Ele emprega técnicas de atuação, que consegue nos convencer de que são duas pessoas distintas, com personalidades e personagens distintos. É claro que Eddie Murphy também é um fenômeno, nunca diria ao contrário aqui, mas ninguém pode superar Lewis em seu auge, e este é um dos melhores filmes de toda a sua carreira. Nota 10.

Direção de Jerry Lewis.

Jamaica abaixo de zero (1993)

Baseado em fatos reais. Quatro jamaicanos: Derice, Sanka, Yul e Junior (Leon; Doug E. Doug; Rawle D. Lewis; Malik Yoba) formam a primeira equipe jamaicana da história, de Bobsled (Trenó no gelo), para competir nos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, de 1988. Eles pedem a ajuda a Irv, um decadente ex-vencedor de ouro olímpico (John Candy, brilhante e falecido ator cômico, que dispensa apresentações), para treiná-los com seriedade. No entanto, quando chegam ao Canadá, são tratados como estranhos pelas outras equipes, que temem que eles acabem sendo uma vergonha para o esporte. 


Quem não se lembra de assistir a esse filme na infância? É um daqueles filmes que parecem tolos, ou bregas, mas de alguma forma não merece esse rótulo. Os personagens são engraçados e carismáticos.  John Candy equilibra o lado negativo de seu personagem, junto com o lado inspirador, de forma muito convincente. Doug E Doug (que também esteve muito bem em ALUNOS MUITO LOUCOS) possui alguns diálogos hilários. O enredo faz com que torçamos para o time (com suas enormes dificuldades logísticas), como se fosse uma final de campeonato. 


O diretor fez bem em não se concentrar no aspecto racial apenas (a questão do preconceito fica clara, mas não impede a participação da valente equipe!), e foca bastante na capacidade individual dos garotos (o que também serve como lição de superação, para cada um de nós). Obviamente, você não pode esperar nenhuma atuação brilhante por aqui, mas temos o necessário para uma excelente comédia: John Candy, mais quatro jamaicanos em um trenó de gelo. Nota 9,5.


Direção de Jon Turteltaub.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Crocodilo Dundee (1986)

Mick "Crocodile" Dundee (Paul Hogan) é um caçador de répteis australiano, que vive no interior da Austrália, e dirige um negócio de safári com seu amigo e mentor de confiança Walter Reilly (John Meillon). Depois de sobreviver a um ataque de crocodilo, Mick é entrevistado por uma jornalista de Nova York chamado Sue (Linda Kozlowski). Ela quer saber como ele sobreviveu, e quer aprender mais sobre este homem rude. Depois de passar um tempo na floresta, Sue convida Mick para visitar Nova York, já que Mick nunca esteve em uma cidade. Ao chegar na grande cidade, Mick acha a cultura e a vida de Nova York muito diferente de sua casa, causando algumas encrencas por lá. Nesse meio tempo, ele acaba se apaixona pela jornalista. 


"Crocodilo..." é uma grande comédia de 1986, que pode ser apreciada após repetidas sessões. Ao longo dos anos, ouvi muitas críticas sobre este filme e não consigo entendê-las. Se você não gosta, então algo deve estar errado. É ótimo ver o durão, mas ingênuo Dundee - representado de forma excelente por Paul Hogan (outro bem inestimável,  é o desempenho do simpático John Meillon como Walter. 


O elenco de apoio inclui Mark Blum (Richard), Michael Lombard (Sam), Steve Rackman (Donk), Reginald VelJohnson (Gus) e Sue, interpretada pela bela Linda Koslowski. Koslowski e Hogan fizeram uma grande parceria neste clássico (inclusive se casaram de verdade, depois dele). Como todas as comédias, eu não vou estragar as cenas para quem não viu, a minha particularmente  preferida, é quando dois jovens tentam assaltar Dundee com uma faca. 


Você com certeza, vai rir do que acontece a seguir. Depois de tudo somado, podemos afirmar: uma ótima comédia!. Ignore qualquer crítica que você tenha ouvido sobre esse filme, e curta essa bela produção. Nota 8,5.

Direção de Peter Faiman.

domingo, 24 de março de 2019

Elvira, a Rainha das Trevas (1988)

Ao chegar em um pequeno vilarejo, onde herdou uma mansão decadente, uma famosa artista performática chamada Elvira (Cassandra Peterson), entra em conflito com um tio malvado e pessoas preconceituosas da cidade, que querem queimá-la na fogueira. Este é um grande filme de divulgação, para um personagem já existente, na mesma  tradição de personagens como ERNEST e Pee Wee Herman. Não veio para mudar a história do cinema, e sim para entreter. Ele ainda tem uma mensagem moral simples e gentil, sem nenhum custo extra. Elvira (ou melhor, Cassandra Peterson) era uma figura experiente, e que já possuía seu próprio programa de TV (também foi cantora de heavy metal e namorada de Elvis Presley), onde comentava sobre filmes de terror, vestida de viúva-negra, em um estúdio de Los Angeles. 


Ela realmente não roubou seu personagem das produções simplistas da década de 50, como muitos dizem por aí. Esse tipo de representação mítica, pertence a quem faz melhor; e Cassandra Peterson o faz muito bem. O vilão, William Morgan Sheppard, também está excelente, no papel de Vincent. Ele representa o mal, de forma bem refinada. Os produtores fizeram deste filme um piloto, para uma série de televisão, que infelizmente nunca foi feita, devido às suas referências sexuais inoportunas. 


Este aqui, no entanto, é muito divertido, ele foi seguido, alguns anos depois, pelo razoável "As Loucas Aventuras de Elvira", que se espelhava nos velhos filmes de Roger Corman, mas não conseguiu tanto êxito. Assista a isso para uma experiência divertida! Não há falhas técnicas graves por aqui. 


A execução é muito boa, funcionando como comédia e pseudo-filme de terror. Meus profundos elogios ao diretor, James Signorelli, e toda a sua equipe. Nota 9.

Direção de James Signorelli.

sábado, 23 de março de 2019

Os Deuses devem estar loucos (1980)

Comédia, um tanto exótica e absurda, sobre um bosquímano africano (o simpático selvagem Nixau), que encontra a civilização moderna e seus aspectos estranhos, incluindo um cientista desajeitado e um bando de revolucionários. O filme começa com um olhar sobre os bosquímanos, e um narrador (Paddy O'Byrne) nos diz que tipo de pessoas eles são; amigáveis e sem qualquer conhecimento sobre o mundo, além do deserto de Kalahari. Quando vêem um avião, pensam que é um pássaro estranho ou até mesmo um Deus. Um dia, um piloto joga uma garrafa de vidro do avião e a coisa é encontrada pelos bosquímanos. Eles nunca viram nada que seja suave e duro como esse objeto e acham muito útil. 


Eles acreditam ser um presente dos deuses. O problema é que os deuses deram apenas um objeto, e agora eles têm que compartilhar algo que é muito difícil de compartilhar. Pela primeira vez, eles sentem emoções como raiva e ciúme. É decidido que a coisa é uma "Coisa do Mal", e deve ser lançada da terra, e Xixo (NiXau, um não ator e verdadeiro bosquímano) é o único a fazer isso. 



Essas cenas dão uma visão muito engraçada, de como o homem branco civilizado se tornou o que ele é hoje. O filme em si, tem uma premissa interessante, misturar atores profissionais, com pessoas simples, de uma tribo afastada....e por incrível que pareça, isso foi um sucesso, gerando mais 4 produções, além dessa. "Os Deuses...", com seu humor simples, funciona muito melhor que a maioria das comédias modernas. A maneira como os bosquímanos falam é engraçada o suficiente, para gostar desse clássico. 


Felizmente, há muito mais, incluindo uma pequena mensagem, desafiando sutilmente a crença de que a civilização branca tem todas as respostas, ridicularizando gentilmente muitas de nossas suposições ocidentais. Uma produção única, com uma brilhante combinação de humor sútil, música agradável, vida selvagem e cenários exclusivos, tudo lindamente entrelaçado em um filme quase "estilo de estrada", em torno das aventuras de um simpático homem das selvas. Nota 9.

Direção de Jamie Uys.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Admiradora Secreta (1985)

No último dia, antes das férias de verão, Michael (C. Thomas Howell - grande ícone oitentista) recebe uma carta de amor apaixonada, mas anônima. Ele suspeita, ou melhor: espera, ser de Deborah (Kelly Preston - senhora John Travolta), a garota que ele gosta desde muito tempo, mas que namora apenas estudantes universitários mais velhos. No entanto, Deborah mostra-lhe frieza e arrogância. Então, sua melhor amiga, Toni (Lori Loughlin), aconselha-o a escrever uma carta anônima em troca. Porém, esses telegramas chegam às mãos erradas e causam muita confusão em suas famílias, até que seja revelado, quem realmente escreveu essas cartas. 


Temos aqui vários ícones da década oitentista: Howell (UMA ESCOLA MUITO LOUCA), Loughlin (TRÊS É DEMAIS), Preston (A PRIMEIRA TRANSA DE JONATHAN), Corey Haim (SEM LICENÇA PARA DIRIGIR), Casey Siemaszko (TE PEGO LÁ FORA), Geoffrey Blake (YOUNG GUNS), Courtney Gains (NAMORADA DE ALUGUEL) etc. Este é mais um clássico esquecido, o que nos deixa feliz, por que não podemos mais ver coisas assim no cinema. 


É muito divertido, mas também apresenta um pouco de drama. Contém algumas risadas genuínas, e de longe, foi o melhor filme teen da década de ouro (80's). O roteiro é realmente muito engraçado, além de ter um elenco ótimo! A parte legal aqui, é que a situação é realmente plausível de se acontecer! Além disso, mostra como tirar a conclusão errada, pode desencadear mal entendidos malucos e situações totalmente adversas. 


Se você busca apenas uma comédia divertida, se não única ou excepcional, leve e direta, "Admiradora..." é para você. Nota 9.

Direção de David Greenwalt.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Monty Python - O Sentido da Vida (1983)

Por que estamos aqui, o que é isso tudo? O grupo britânico de humor "Monty Python" está tentando responder a questão mais importante da Terra: qual é o significado da vida? Eles o fazem, explorando os vários estágios da vida, começando com o nascimento. Um médico parece mais interessado em seu equipamento, do que em entregar o bebê ou cuidar da mãe; um casal católico romano, tem um monte de filhos porque "todo esperma é sagrado" e tudo acaba em um musical. Na parte de crescimento e aprendizagem da vida, os estudantes católicos assistem a um serviço da igreja um tanto estranho, e a uma lição de educação sexual. 


Na guerra, o plano de ataque de um oficial é frustrado por seus subordinados e a perna de um oficial é mordida por um tigre etc....É muito difícil alguém achar graça no Monty Python hoje em dia, mas eles foram muito importantes para a criação do humor moderno, servindo de base para muitos artistas. Aqui no Brasil, nomes como Jô Soares, Chico Anysio e até grupos modernos como Casseta/Planeta e Hermes&Renato, foram influenciados por eles. Mas voltando ao filme, "O Sentido da Vida" é constituído por uma série de esquetes, não sendo um filme narrativo, o que pode ser novidade (e até um incômodo) para muitos que o assistem pela primeira vez. Não dá para negar que, "O significado..." seja uma ótima comédia. 


É grosseira e rude, como o típico humor barato, mas possui uma inteligência, que transforma qualquer aberração, na melhor aula sobre educação sexual do mundo. Talvez, em retrospecto, as falhas deste filme sejam maiores do que a de outras produções do mesmo grupo, mas de uma certa maneira, todas estão no mesmo nível de criatividade, o que faz de "O sentido...", o melhor título já feito pelo Python, na minha opinião, e na maioria dos telespectadores. Nota 8,5.


Direção de Terry Jones, Terry Gilliam.