quarta-feira, 27 de março de 2019

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977)

Alvy Singer (Woody Allen), um comediante judeu de 40 anos de idade, neurótico e intelectual, discute sobre o fim de seu último relacionamento, com sua nova paixão, Annie Hall (Diane Keaton); uma cantora de boate aspirante e insegura. Ao contrário de seus relacionamentos anteriores, Alvy acreditava que poderia ter resolvido todas as questões de sua vida, através de quinze anos de terapia. Alvy não só analisa os muitos altos e baixos de seus relacionamentos, como tenta reverter anos de complexo de culpa judaica, depois de ver seus pais constantemente discutindo. Mesmo sendo um grande fã de comédias, confesso que sempre detestei Woody Allen. 


A razão é simples, o cara não interpreta nada, sempre representa ele mesmo, em todos (ou quase todos) seus filmes, ou seja, um homem judeu, de meia idade, cheio de manias e complexos. Nesta comédia, até que ele está bem, ao lado de Keaton. Para muitos, este filme é a obra-prima de Woody Allen. O que é mais notável hoje sobre o roteiro, é o modo como Allen o apresenta. É um filme sobre relacionamento. Mas ao invés de adotar uma abordagem linear, Allen brinca com o tempo. 


Nós vemos o meio, o começo e o fim. E nem sempre nessa ordem. Allen também quebra algumas regras e paradigmas, para aumentar a complexidade dos personagens. Ainda temos no elenco, a presença de nomes como: Tony Roberts, Paul Simon, Shelley Duvall, Christopher Walken etc. Esta produção é altamente autobiográfica e Allen não faz nenhuma questão de esconder. "Noivo neurótico..." não é igual ao romance "Bonequinha de Luxo", muito pelo contrário, é uma desconstrução de um romance. 


Às vezes é engraçado e comovente, as vezes  "o amor simplesmente desaparece". Não dá para negar a genialidade de Allen, e neste clássico, ela aparece de forma bem explícita, como em um "conto de fada Nova Iorquino". Um belo pedaço dos anos 70. Nota 8,5. 

Direção de Woody Allen.

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