segunda-feira, 22 de julho de 2019

Te Pego Lá Fora (1987)

Um nerd do ensino médio, Jerry Mitchell (Casey Siemaszko) é encarregado de escrever uma reportagem, para o jornal escolar, sobre o novo aluno Buddy Revell (Richard Tyson), que aparenta ser um maluco psicopata. Quando Jerry, no banheiro, acidentalmente toca no novato encrenqueiro, Buddy fica furioso, e afirma que acabará com a raça de Jerry, em uma briga, no estacionamento do colégio, às 3 da tarde. Jerry desesperado, agora fará praticamente qualquer coisa para evitar o confronto. Nenhum outro filme, consegue captar esse senso de individualidade da década oitentista, quanto em THREE O'CLOCK HIGH. 


Esta produção brilhante, apresenta um herói e um vilão, ambos são solitários. O herói, interpretado por Siemaszko, é um perdedor nato, aquele que não consegue falar em público e enfrenta o riso de todas as outras garotas. O vilão, um jovem Richard Tyson, que nasceu para desempenhar esse papel, é o psicopata bandido que nunca diz uma palavra e nunca permite que alguém o toque. 


Os dois solitários têm um encontro infeliz uma manhã e, quando Jerry Mitchell pede desculpas, ele acidentalmente toca na jaqueta de Buddy Revell. É aí que o drama começa, e logo toda a escola saberá a novidade: porrada às três horas. Buddy Revell vs Jerry Mitchell. THREE O 'CLOCK HIGH é dirigido e editado com sagacidade suprema. Cada segundo do dia é torturante. Cada tique do relógio, aproxima o público da desgraça, com um zoom mais perto, da testa suada de Jerry. Qualquer um, que puser os pés em uma escola ou colégio, sempre se lembrará das cenas. Ao interpretar em excesso, as coisas que vê ao seu redor, o medo de Jerry Mitchell se estende pela tela, e faz cócegas em seu estômago (e nos nossos também, é claro). 


Nenhum outro papel patético de perdedor, foi interpretado tão bem, desde então, na minha opinião. Destaque também para a atriz Stacey Glick, que interpreta a irmã de Jerry, e que infelizmente abandonou a carreira de atriz, depois desse filme. Outro grande clássico inesquecível da Sessão da Tarde, e que vale a pena ser visto, por todas as suas cenas cômicas e trágicas também. Nota 9.

Direção de Phil Joanou.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Meu Amante é de Outro Mundo (1988)

Comédia estrelada por Jim Carrey e Geena Davis. Três alienígenas peludos (e bizarros: Mac - Jeff Goldblum; Wiploc - Jim Carrey; e Zeebo - Damon Wayans) viajam pelo universo em uma espaçonave, quando recebem uma transmissão, com imagens de fêmeas humanas. Eles ficam fascinados por essas criaturas bem-feitas, e descobrem que a transmissão veio do sul da Califórnia, na Terra. Enquanto isso, a garota Valerie Gail (Geena Davis - O PEQUENO STUART LITTLE) sente que seu noivo distante, Dr. Ted Gallagher (Charles Rocket - DEBI E LÓIDE), está fugindo e decide seduzi-lo. Porém, ela o pega traindo-a com uma enfermeira. Então, decide jogá-lo para fora, esmagar suas coisas, e recusa-se a vê-lo novamente. Em meio a tudo isso, a nave espacial dos aliens, cai na piscina de Valerie. 


Ela os leva para dentro de sua casa. Os aliens revelam ser aprendizes rápidos, absorvendo a cultura e a linguagem populares americanas, através da televisão. Uma produção interessante, com um já talentoso Jim Carrey. Os efeitos especiais aqui são toscos, trata-se de uma paródia dos filmes B, dos anos 50. Quando a nave espacial chega, tenta-se reproduzir um autêntico efeito de 1950, não uma reprodução pobre, de tecnologia FX dos anos 80. 


De resto, temos bons valores de produção e direção cinematográfica, dando suporte a um grande elenco (aqui ainda temos um jovem Damon Wayans de EU, A PATROA E AS CRIANÇAS; além de Julie Brown - LOUCADEMIA DE POLÍCIA 2). 


Tudo isso produziu uma das mais esquizofrênicas comédias da década de 80, e que infelizmente acabou não tendo a merecida atenção, devido ao grande números de títulos bons, lançados naquele ano. Nota 8.

Direção de Julien Temple. 

sexta-feira, 5 de julho de 2019

O Sócio (1996)

Laurel Ayres (Whoopi Goldberg) é uma empresária tentando trabalhar duro, em uma firma de investimento. Mas todos os outros investidores malandros, como Frank Peterson (Tim Daly), levam o seu crédito. Ela então sai, e começa sua própria empresa. Ao tentar encontrar clientes, Laurel finge que tem um parceiro masculino chamado Robert Cutty. E quando ela começa a se sair bem, todos os seus clientes querem conhecer Cutty, o que é difícil, já que ele não existe. Não é muito fácil julgar o estilo de Whoopi, alguns a amam, outros a detestam. Eu prefiro dizer que se trata de uma artista regular, as vezes faz bons papéis como em GHOST, as vezes faz coisas péssimas, como em MUDANÇA DE HÁBITO. 


O SÓCIO é levemente engraçado. Laurel cria um parceiro "silencioso", o Sr. Cutty, que nunca é visto. O mundo financeiro está em um frenesi para conhecê-lo, e sua aparição hilariante no Hotel Plaza, em vez de esclarecer as coisas, contribui para o seu mito. A atriz Dianne Wiest faz um bom papel, como a parceira Sally, uma mulher subestimada. Timothy Daly é perfeito, como o egoísta Frank. O elenco de apoio também é bom. Bebe Neuwirth, Eli Wallach, Austin Pendelton; e Lanie Kazan, como uma divertida escritora de fofocas financeiras. 


Apesar de ser previsível, O SÓCIO oferece alguns momentos engraçados. No geral, o enredo foi bem tratado, com a lição moral predominante, sendo que em todas as esferas da vida, haverá pessoas que são talentosas, mas às vezes passam despercebidas, se não se encaixam no padrão racial (ou outro) usual. A única parte da trama em que as coisas se perdem, foi a aparição do personagem imaginário no hotel; isso foi desleixado e simplesmente não funcionou.


E explodi-lo em um carro - um homem que nem existia - também pareceu um pouco maluco. Mas, além dessas duas questões, o restante está muito bem. Não, não é o maior filme de comédia de todos os tempos, mas é bastante decente, e possui uma bela lição moral. Nota 8,5.

Direção de Donald Petrie.